Assessoria do Sinpospetro
Ex-usuário de drogas, hoje recuperado, Luiz Antônio Prestes Dias, foi declarado morto, mas
sobreviveu e hoje trabalha para inspirar outras pessoas a seguirem em frente
“Eu morri para viver”. Mais do que um título de impacto usado no sentido figurado, na
história de Luiz Antônio Prestes Dias , a frase tem um significado literal. Uma afirmação
que, se tratando de uma pessoa que está viva, pode parecer contraditória e, talvez, forte
demais, porém a declaração é justamente sobre o fato que mudou sua vida.
Vivendo na periferia, com apenas a mãe responsável por todo lar, Luiz, como tantos outros
jovens, foi criado nas ruas, com muitas dificuldades e, em pouco tempo, se tornou
dependente químico. “Ainda adolescente provei bebidas alcoólicas e daí em diante uma
coisa foi levando a outra até que cheguei no fundo do poço”, lembra ele.
Ele se tornou morador de rua, perdeu a família e o fundo do poço levou Luiz para bem perto
da morte. “Em uma ocasião, durante uma cobrança, levei alguns tiros, sendo que dois deles
foram na cabeça”, explica. Luiz ainda conseguiu caminhar até um posto de gasolina e pedir
ajuda.
Quando o resgate chegou ele estava inconsciente e foi encaminhado para o hospital. Lá
Luiz chegou a ser declarado morto, mas ganhou uma nova chance para fazer diferente. “Eu
sempre digo que precisei morrer para viver”, lembra ele. Acordar dentro do necrotério do
hospital, fez com que ele buscasse o verdadeiro sentido de sua vida. “Passei a viver,
portanto, com o contido nas escrituras sagradas: disse-lhe Jesus: ‘eu sou a ressurreição e a
vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá (João 11.25)’”, se emociona.
Luiz afirma que esse momento fez nascer uma nova pessoa. “Me fez buscar forças para
sair das drogas e recomeçar a minha vida, porque até então eu não vivia”, conta ele,
enquanto mostra documentos do hospital que o declararam morto.
O triste episódio permitiu que Luiz encontrasse um novo sentido para sua vida. Depois da
longa reabilitação, ele descobriu no exemplo de Cristo um motivo para seguir. Encontrou um
emprego, casou-se e, por coincidência (ou não), já que sua vida foi salva num posto de
gasolina, hoje ele é frentista. Porém, mais que ter uma família e um emprego, ele busca
contar a sua história para dar suporte a outras pessoas que enfrentam o mesmo problema
que o dele: a doença da dependência química. “Sempre é possível recomeçar. Não é fácil,
é um caminho longo, solitário e difícil, mas é possível”, finaliza Luiz.